III
CONGRESSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO AMAPÁ
COMUNICAÇÃO
SESSÃO: 01
______________________________________________________
1.1 – A DESCENTRALIZAÇÃO DO MONOPÓLIO DA VIOLÊNCIA:
UMA DISCUSSÃO TEÓRICA
Benedita Alves Sardinha¹
Geane Cardoso Marinho¹
Thais Mendes Santos¹
RESUMO: A
presente comunicação buscará fazer algumas análises críticas acerca da
abordagem clássica de Max Weber sobre o monopólio da violência física, ao qual
o Estado reivindica como um instrumento legítimo do seu poder. A partir do
crescente processo de globalização e os novos arranjos sociais, a violência
enquanto um fenômeno de ordem social torna-se suscetível a mudanças e a novas
representações. O sociólogo Michel Wieviorka analisando tais mutações,
compreende que o paradigma tradicional torna-se insuficiente para explicar os
diversos desdobramentos que o meio social sofre a partir dessa interligação
global. Nesse sentido busca-se apontar a pertinência dessa ruptura teórica na
abordagem atual da violência. Assim, compreende-se que fenômenos dessa
complexidade se inserem tanto no nível macro quanto micro no que se refere
tanto ao Estado como a outras instituições que compõe o corpo social.
Portanto, a polarização do binômio Estado-Sociedade é pouco sustentável na
contemporaneidade, uma vez que esta apresenta novas configurações que atingem a
percepção e a legitimidade da violência em diferentes contextos, sendo
exemplos, as economias subterrâneas e violências manifestadas em instituições
que historicamente estão “imunes” de manifestações violentas, como por exemplo,
a família, a escola, entre outras.
PALAVRAS-CHAVES: Estado, Violência e Descentralização.
___________________________________
¹
Acadêmicas do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá e
bolsista do Programa de Educação Tutorial-PET/CS. Trabalho orientado pelo Prof.
Dr. Ed Carlos Guimarães (UNIFAP).
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1.2 – DO CONCEITO À AÇÃO: A PRÁTICA PEDAGÓGICA NAS
QUESTÕES DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL
Kamila
Brasil Azulay¹
RESUMO: A
pesquisa intitulada “Do conceito à ação: a prática pedagógica nas questões de
gênero e diversidade sexual” pretende descortinar as questões de gênero e
diversidade sexual que foram mantidas às escuras pelas instituições de ensino
de todos os níveis durante muito tempo, sendo tratadas como tabus por
educadores, alunos e familiares. Essa realidade é resultado de uma sociedade
discriminatória e se concretiza em um modelo de escola que reproduz
estereótipos e preconceitos. De acordo com as transformações sociais ocorridas
nas últimas décadas, tem-se percebido a necessidade de abordagem de temas como
sexualidade e diversidade dentro do ambiente educacional, o que exige dos
profissionais que nele atuam competências e capacidades específicas. Nesse
trabalho buscamos identificar os gargalos e fragilidades na prática pedagógica
para combater e superar as distorções que geram desigualdade sexual e de gênero
em âmbito universitário, buscando identificar na prática pedagógica a reprodução
dos estereótipos sexuais, relacionando a formação dos futuros professores à
manutenção dos padrões discriminatórios; verificando a existência da temática -
gênero e diversidade sexual - nos planos de ensino das disciplinas ofertadas e
analisar a presença/ausência da temática dos planos de curso das licenciaturas.
É uma pesquisa de campo, pois permite considerar aspectos quantitativos e
aspectos qualitativos retratando o conhecimento dos professores e acadêmicos
das licenciaturas sobre temas referentes a diversidade. Trata-se de uma
pesquisa descritiva-analitica utilizando-se entrevistas semi-estruturada com os
professores e coordenações de curso, observação participante, análise de
documentos das coordenações de curso e questionários fechado aos alunos. Os
resultados tentarão demonstrar, através da prática pedagógica, o caminho para
que se fomente o respeito aos direitos humanos como condição primeira para uma
(re)construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Esta pesquisa está
vinculada ao Programa de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/UEAP.
PALAVRAS-CHAVE: Prática Pedagógica, Gênero, Diversidade, Formação Inicial de Professores
________________________________
1. Acadêmica do curso de
Licenciatura em Letras da Universidade do Estado do Amapá e Bolsista do
PIBIC-UEAP. Trabalho Orientado pelo Profª. Msc. Heryka Cruz Nogueira (UEAP)
e Profª. Msc. Idelta Bianca de Sousa Diniz (UEAP).
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1.3 – A
EDUCAÇAO SUPERIOR NA MODALIDADE À DISTÂNCIA PARA OS IDOSOS DO MUNICÍPIO DE
MACAPÁ
Heryka Cruz Nogueira¹
Iranir Andrade dos Santos²
Ivan
Andrade dos Santos³
RESUMO: Este
trabalho analisou o idoso com idade a partir dos 50 anos no Município de Macapá
com formação superior a fim de diagnosticar e compreender em que tipo de
modalidade este idoso está inserido e quais as formas de inclusão e exclusão
encontradas por eles no mercado de trabalho, bem como compreender sua visão no
que se refere ao docente com formação universitária na modalidade à distância.
No Brasil, quando se relaciona idoso e mercado de trabalho tem-se um retrato
típico da exclusão social e da discriminação. Observando o contexto específico
da cidade de Macapá, o retrato nacional se repete. Para a realização da pesquisa
a metodologia utilizada foi investigação bibliográfica, pesquisa de campo,
tendo como suporte a aplicação de questionário-misto; coleta de dados em órgãos
públicos e entrevistas com os idosos. Por fim, foi utilizada pesquisa de campo
exploratória, com registro fotográfico; seguiu-se à análise e interpretação dos
dados coletados, categorização, tabulação e codificação dos mesmos.
Constatou-se que o mercado de trabalho de Macapá não absorve a mão-de-obra
idosa e coloca este segmento da população em situação menos favorecida em
relação aos demais trabalhadores com faixa etária abaixo dos 50 anos, como
também o crescimento da modalidade de ensino à distancia para um público até
então jovem e para esse segmento ainda não há. A pesquisa apontou o despreparo
do mercado de trabalho macapaense para receber o idoso, deixando este relegado
à condição de exclusão social.
PALAVRAS-CHAVE: Idoso, mercado de trabalho, docência, exclusão, EAD.
________________________________
1 Pedagoga, Especialista em
Planejamento e Políticas Educacionais e Mestranda em Ciências da Educação
2 Socióloga, Especialista em
Docência do Ensino Superior e Mestranda em Ciências da Educação.
3 Historiador, Mestrando em Ciências da Educação.
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1.4 – A FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
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1.4 – A FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
Lilian
de Oliveira Pinto¹
Silvia
Helena Alberto Trindade¹
RESUMO: A construção da fortaleza de São de Macapá faz
parte de um programa de profunda reorganização da administração da coroa
portuguesa na colônia brasileira, o período pombalino, que apresentou um marco
no processo geopolítico brasileiro nos séculos XVII e XVIII, com uma política
que propunha, sobretudo, promover o povoamento do território e garantir sua
defesa e sua posse. Durante a colonização da Amazônia, foi invadida, contestada
e cobiçada por franceses, ingleses e holandeses. Uma fortificação que levou 18
anos para ser construída, em um ponto estratégico às margens do rio Amazonas,
sendo uma das maiores fortificações erguida na Amarica Latina durante a
colonização portuguesa. Nosso trabalho busca compreender a importância da
Fortaleza de São José de Macapá no projeto de defesa da Amazônia, apresentando
o significado defensivo que possuía. Trata-se de pesquisa histórica ainda em
fase de execução. Até então, as fontes históricas analisadas apontam para o
fato de que, dependendo do contexto histórico, a Fortaleza de São José de
Macapá representa significados múltiplos.
PALAVRAS-CHAVES: Amazônia, História, Projeto Pombalino e Fortaleza
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1 Acadêmicas do Curso de História da Universidade Federal do Amapá.
Trabalho Orientado pela Profª. Msc. Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães
(UNIFAP).
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COMUNICAÇÃO
SESSÃO: 02
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1.5 - “PALCO, PLUMAS, PAETÊS, PURPURINA, PERUCÃO... O SHOW VAI COMEÇAR!”: UMA LEITURA SOBRE O UNIVERSO “ESPETACULARIZANTE” DA TRAVESTI E SUA IDENTIFICAÇÃO COM A “GLAMOUROSA” IMAGEM DA MULHER.
1.5 - “PALCO, PLUMAS, PAETÊS, PURPURINA, PERUCÃO... O SHOW VAI COMEÇAR!”: UMA LEITURA SOBRE O UNIVERSO “ESPETACULARIZANTE” DA TRAVESTI E SUA IDENTIFICAÇÃO COM A “GLAMOUROSA” IMAGEM DA MULHER.
Marco Aurélio Tavares Saraiva¹
RESUMO: Dentre as diversas expressões da sexualidade
humana está à travesti, indivíduo homossexual que se realiza plenamente quando
se traveste de mulher, expressando sua identidade no corpo feminino e, no
comportamento desse gênero, fugindo das amarras sociais e institucionais.Nesse
sentido, o presente Trabalho de Conclusão de Curso visa investigar os processos
sociais e subjetivos de formação da vida destas, a partir das suas identidades
construídas no palco.A pesquisa é de cunho qualitativo, realizada com
entrevistas acinco travestis que trabalham com shows em Macapá, bem como
observações as suas atuações.Dentre os resultados, busca-se evidenciar os
sentimentos expostos por elas quanto a sua auto-percepção frente à sociedade.
Também se analisa o discurso exposto nas entrevistas para desmistificar a
apresentação do sujeito nos palcos. Outro aspecto é perceber a generalização
hostil da sociedade, observando que não se consegue fazer distinção entre as
travestis que se prostituem com as que tem outro labor, excluindo-as do mercado
de trabalho formal, negando-lhe a cidadania, e como o fenômeno de expansão
urbana caracterizando-as como sujeitos pós-modernos. Conclui-se, com isso,
perceber que a identificação que este sujeito apresenta em suas representações
performáticas lhe atribui notoriedade social, justificando sua aceitação, daí
sua identificação com as “divas”, estabelecendo uma moeda de troca com a
sociedade e a personagem, entre lazer e aceitação.
PALAVRAS-CHAVE: Travesti, Pós-modernismo, Subjetividade, Sexualidade.
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1. Aluno do Curso de Ciências
Sociais da Universidade Federal do Amapá. Trabalho Orientado pelo Profº. Msc.
Richard Douglas Coelho Leão (UNIFAP).
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1.6 –
RAZÃO INSTRUMENTAL E MODERNIDADE: TRANSFORMAÇÕES E INCERTEZAS ATRAVÉS DA
TÉCNICA CIENTÍFICA
Miquéias Serrão Marques¹
RESUMO: O respectivo trabalho propõe analisar o alvorecer
da ciência na modernidade e a proposta de emancipação do homem dos mitos,
dogmatismos e da ignorância frente aos fenômenos presentes no mundo.
Verifica-se que tal saber racional ao procurar responder os questionamentos e
dúvidas do homem moderno de forma metódica e racional traz para a realidade
novas formas de dominação. Destacando o discurso científico que buscou libertar
de todas as interrogações e formas de explicações mágicas da realidade que não
podiam ser colocadas sob medição e cálculo científico, percebe-se que o cultivo
irrefreado desse conhecimento colocou o indivíduo moderno diante de novos
paradoxos. A partir da análise sobre o “desencantamento do mundo” do sociólogo
Max Weber destacar-se-á as transformações no âmbito cultural das esferas
sociais. Também por meio do instrumental teórico de T. Adorno e M. Horkheimer
na “Dialética do esclarecimento” propõe-se explorar algumas críticas a
respeito da própria condição totalitária do conhecimento científico sobre as
outras formas de saber através do domínio técnico-científico.
PALAVRAS-CHAVE: Ciência, dominação, contemporaneidade.
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1. Graduando e bolsista do PET (Programa de Educação
Tutorial) do curso de ciências sociais da Universidade Federal do Amapá.
Trabalho Orientado pelo Profº. Dr. Ed Carlos de Sousa Guimarães (UNIFAP).
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1.7 –
GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL: O VISÍVEL, INVISÍVEL
Miquelly
Pastana Tito¹
RESUMO: Há muito as discussões sobre cidadania se faz
presente nos cursos de formação inicial de professores tendo como mote
principal a formação do homem integral. A formação desse homem integral
pressupõe, a priori, a inclusão de todos os segmentos da sociedade,
independentemente da condição social, raça, credo, idade ou orientação sexual.
A pesquisa tem como objetivo identificar conceitos e preconceitos de gênero e
diversidade sexual na formação inicial de professores, de forma a demonstrar
que o discurso nem sempre reflete a realidade, investigando ainda os mecanismos
de discriminação nas práticas universitárias. A abordagem quali/quantitativa
permite uma análise mais completa do fenômeno estudado. Sendo a pesquisa de
caráter exploratória e descritiva os dados serão registrados, classificados e
interpretados usando técnicas padronizadas de coleta de dados. Ao identificar
conceitos e preconceitos no âmbito universitário, tornando visível algo que se
esforça para se manter invisível, os resultados da pesquisa serão relevantes
para contribuir na ampliação e disseminação do respeito à diversidade
legitimando assim, o combate ao preconceito e à discriminação de grupos que não
se insiram dentro dos padrões culturais de identidade de gênero e/ou
sexualidade. Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Bolsas de Iniciação
Científica – PIBIC/UEAP.
PALAVRAS-CHAVE: Preconceito, Gênero, Diversidade sexual, Formação inicial de professores.
_____________________________________________
1. Acadêmica do curso de Licenciatura em Pedagogia
da Universidade do Estado do Amapá; Bolsista do PIBIC/CNPq/UEAP. Trabalho
orientado pela Profª. Heryka Cruz (UEAP), e Profª. Msc. Idelta Bianca de Sousa
Diniz (UEAP).
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1.8 –
DILEMAS FILOSÓFICOS DO MATERIALISMO HISTÓRICO: A EMERGÊNCIA DE UM NOVO SABER
Rafael Bastos Ferreira¹
RESUMO: Este artigo vem dar continuidade ao Trabalho de
Conclusão de Curso: “A Natureza do Espaço em Immanuel Kant e Milton Santos:
fundamentos epistemológicos e ontológicos”. Não obstante, objetiva uma reflexão
no que envolve o debate filosófico e teórico-metodológico sobre os fundamentos
do materialismo histórico; também busca os problemas e dilemas desta linha do
pensamento que toma extensão e campo nas ciências humanas no século XX. No
entanto, não faremos um levantamento bibliográfico histórico sobre esta
corrente, mas sim, os rebatimentos desta na investigação da realidade e,
especialmente, as consequências destes postulados no pensamento geográfico
moderno. Sendo assim, o artigo versa e visa um olhar filosófico e de
interpretação, para tanto, partimos de uma análise crítica-reflexiva de
cunho epistemológico deste saber, que ainda é vigente, mas que se encontra em
crise. À crítica não é gratuita a esta linha teórica, uma vez, que julgamos
acreditar que há um mundo em transformações de base filosófica e, nesse
sentido, que as ferramentas do materialismo histórico não dão mais conta de
explicar certas realidades. Para tanto, esta percepção do mundo está sob um ponto
de vista filosófico: fenomenologia e existencialismo. Assumindo este fundamento
é assumir de antemão não mais a realidade concreta tão-somente, sob bases
economicistas e de conotação técnica; o homem não tão-somente o resultado de
processos, mas sim, ele mesmo um Ser que existe e acontece no mundo. Portanto,
é a crise deste saber como investigação da realidade que move este artigo; que
emerge para novas interpretações de cunho filosófico.
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia; Teoria; Método; Crise; Ciências Humanas.
_____________________________________________
1. Acadêmico do Curso de Geografia pela Universidade Federal do Amapá,
membro do Grupo de Pesquisa “Abordagens Geográficas para a Amazônia”. Trabalho
Orientado pelo Profº. Dr. Roni Mayer Lomba (UNIFAP).
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COMUNICAÇÃO
SESSÃO: 03
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1.9 – A
REALIDADE DO SISTEMA PENAL: ESTIGMATIZAÇÃO E REPRODUÇÃO DAS DESIGUALDADES
SOCIAIS.
Suellen
Campos de Macedo.1
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo principal
propor algumas reflexões acerca da realidade do
sistema penal brasileiro. Entende-se por sistema penal o conjunto de
instituições que são responsáveis da apreciação a resolubilidade de crimes,
tais como a polícia, o ministério público e o judiciário. Observa-se que o
sistema penal está em crise, no que se refere à legitimidade do mesmo junto à
população em geral, visto que, cada vez mais, ele usa medidas altamente
repressoras e violentas, contra as camadas mais vulneráveis ao seu poder de
criminalização. Assim, embora o sistema de justiça criminal seja eficiente para
criminalizar aqueles que praticam crimes contra o patrimônio – comumente,
praticados por pessoas pertencentes aos estratos sociais mais baixos – é
ineficaz e cego aos crimes de “colarinho branco” praticados por políticos e
grandes empresários. Por isso, seu discurso se pauta em uma verdade
controversa, haja vista que liga pobreza à violência, os problemas estruturais
do estado à criminalização, quando na verdade o problema está em sua
seletividade, impunidade, estigmatização dos “eleitos
criminosos” e em sua manutenção da escala vertical da sociedade. Esses têm sido
os resultados produzidos pelo sistema penal que vem atuando à beira da
legalidade pelo fato de infringir suas próprias normas, como a longa duração de
processos penais, prisões provisórias que são longas demais e abusos de
liberdades provisórias em especial quando os envolvidos são pessoas de poder
aquisitivo ou apadrinhadas a membros do judiciário. A ineficiência do
sistema penal tem-se provado através da impunidade produzida por ele. A
impunidade não é algo novo, ela nasceu junto com o direito penal é parte de
seus problemas estruturais, e isso não pode ser negado. Dessa forma o sistema
tem servido de porta voz dos interesses neoliberais de nosso sistema econômico.
Por conta de todos os motivos expostos acima é de suma importância abrir para
debate esse tema.
PALAVRAS CHAVES: Impunidade. Seletividade. Criminalização. Hierarquia social.
______________________________
1. Aluna do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá.
Trabalho Orientado pelo Profº. Dr. Ed Carlos de Sousa Guimarães (UNIFAP).
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1.10 –
SISTEMA PENITENCIÁRIO: AGÊNCIA DE PODER RESPONSÁVEL PELA RESSOCIALIZAÇÃO OU
INTENSA CRIMINALIZAÇÃO?
Tadeu
Lopes Machado1
RESUMO: O presente trabalho se propõe em abrir uma
discussão no campo teórico sobre a atuação do Sistema Penitenciário, como uma
das agências de poder do Sistema Penal, nos casos de violência que são
executados dentro do ambiente de privação da liberdade. Tal pretensão surgiu a
partir do contato com bibliografias utilizadas no Grupo de Estudos e Pesquisas
sobre Violências e Criminalizações, do qual faço parte, como também de meu
Trabalho de Conclusão de Curso. Entende-se que as diversas agências do Sistema
Penal são estruturadas para funcionar segundo o padrão ideológico de defesa
social como também da ideologia liberal. Dentro dessas perspectivas os crimes
são hierarquizados, onde o Sistema Penal consegue administrar apenas uma
pequena parcela de todos os delitos cometidos na sociedade, reproduzindo as
assimetrias sociais. O Sistema Penitenciário, responsável pela execução da
sentença condenatória, é a última agência do Sistema Penal por onde o
criminalizado irá passar, e seguindo o formato das demais, ele tratará seu
cliente de forma seletiva, excludente, utilizando-se do estigma com que este
foi marcado em definitivo no julgamento. Assumindo essa postura ele não se
preocupará em garantir ao apenado a reabilitação, que é seu dever. Seu papel
será apenas gerencial, o que facilitará a admissão de uma consciência de
“violências permitidas”. Portanto, o Sistema Penitenciário, ao assumir a mesma
lógica das outras agências, intensifica o desprezo aos criminalizados,
permitindo execução de diversos tipos de violência dentro do presídio e não
dando o tratamento que cada crime – cometido sob seus olhos – legalmente
merece.
PALAVRAS-CHAVE: impunidade; criminalização; seletividade;
violência.
_____________________________
1. Aluno do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá.
Trabalho Orientado pelo Profº. Dr. Ed Carlos de Sousa Guimarães (UNIFAP).
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SIMPÓSIO
SESSÃO: 01______________________________________________________
SESSÃO: 01______________________________________________________
2.1 –
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DO HOMEM: O CONFLITO ENTRE GÊNERO E
INSTITUIÇÕES
Aline
Bentes Monteiro¹
RESUMO: Em 2009 cria-se no Brasil a Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) visando promover a melhoria das
condições de saúde dos homens, contribuindo para a redução da morbimortalidade
masculina, através do enfrentamento dos fatores de risco e da facilitação ao
acesso, às ações e serviços de saúde. Objetivo: Verificar se os homens
acreditam que não se cuidam, como diz a PNAISH, e indagar sobre os fatores que
influenciam neste cuidado. Metodologia: utilizou-se um formulário com a
afirmativa da publicidade da PNAISH, que diz: “os homens morrem mais e mais
cedo que as mulheres porque não se cuidam”, pra que os entrevistados
concordassem ou não com a assertiva, e o que mais influenciava neste cuidado.
As respostas foram divididas em duas categorias, uma com fatores de gênero e
outra com fatores institucionais. Resultados: Foram entrevistados 81
colaboradores homens de uma empresa de transporte coletivo de Macapá, destes,
95% concordaram com a afirmativa que os homens não se cuidam. 61% das
explicações para o não cuidado estavam relacionadas aos fatores de gênero, como
o machismo, a virilidade, invulnerabilidade, e 34,6, estavam relacionados com
fatores institucionais como a falta de tempo, horários, filas, falta de
serviços voltados para homens. Conclusões: fatores de gênero influenciam mais
que fatores institucionais na busca do homem pelo cuidado. As estratégias da
PNAISH para adesão dos homens aos cuidados e aos serviços de saúde devem ir
além da disponibilidade dos serviços mais principalmente pela construção social
do ser masculino.
PALAVRAS-CHAVE: Cuidado, Masculino, Morbimortalidade
______________________________
1. Mestranda em Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Amapá.
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2.2 –
AMAZÔNIA, HOMEM E NATUREZA NA NARRATIVA EUCLIDIANA
Iza Vanesa Pedroso de Freitas Guimarães¹
Resumo: O propósito deste trabalho é compreender a
narrativa de Euclides da Cunha sobre a Amazônia, analisando-a na temporalidade
e espacialidade em que foi produzida, tendo em vista a finalidade da viagem da
Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus no início do
século XX, atentando para o processo de recriação social da Belle Époque,
promovido pelas transformações materiais e espirituais na Amazônia. Trata-se de
uma análise historiográfica do que chamamos de literatura histórica. A
narrativa euclidiana em estilo tropical caminha no sentido de pensar a história
da Amazônia que não o dos conceitos e fatos históricos clássicos, o que Paul
Veyne chamou de história não-factual, isto é, a historicidade que envolve os
eventos históricos não consagrados. Apesar de um forte apelo evolucionista, o
argumento de Euclides da Cunha está na contramão da história oficial e
oficializada. Ele escreve a história da Amazônia, dando um tratamento especial
às formas culturais nas tramas que descreve, debruçando-se sobre as relações
entre a natureza e o homem.
Palavras-chave: Narrativa, História e Natureza.
______________________________
1. Profª. Msc. Assistente da Universidade Federal
do Amapá.
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2.3 – A
INTERLOCUÇÃO DIPLOMÁTICA ENTRE BRASIL E FRANÇA SOBRE A FRONTEIRA AMAPÁ – GUIANA
FRANCESA
Lidiane Rodrigues Vieira1
Resumo: Neste artigo, analisaremos as
interlocuções realizadas por agentes locais, enfatizando agentes da política do
Estado do Amapá e o Departamento ultramarino da Guiana Francesa, principalmente
às dirigidas para a região de fronteira entre Oiapoque (AP) e seu homologo
Saint-Georges (GF). Essa relação teve uma maior intensificação após a
assinatura do Acordo - Quadro de cooperação entre França e Brasil, de 1995 até
os dias atuais, sustentada no discurso de atenuar conflitos ocorridos nesta
fronteira e de uma cooperação entre estas duas regiões. Este tem suas
bases no domínio de uma pesquisa etnografia das reuniões, entrevistas e análise
de acordos sobre o tema (2006-2010), uma enquete bibliográfica oficial das
reuniões e encontros sobre a questão. A análise indica que as negociações ora
são harmônicas ora são desarmônicas e erguidas sobre um discurso de uma
integração entre as duas regiões.
Palavras – Chaves: Diplomacia, Antropologia das relações Internacionais e Fronteira.
______________________________
1. Mestranda do Programa de Pós-
Graduação/Mestrado em Desenvolvimento Regional-MDR (UNIFAP), graduada em
Ciências Sociais.
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2.4 –
ENTRE A CIDADE E O INTERIOR: ETNOGRAFIA DE UMA COMUNIDADE NO IGARAPÉ DA
FORTALEZA - AP
Leone de Araújo Rocha¹
RESUMO: Este resumo trata da pesquisa em andamento no
âmbito do Mestrado em Desenvolvimento Regional. Tem como objetivo geral
realizar uma etnografia sobre o Distrito do Igarapé da Fortaleza como um lócus
ribeirinho no contexto urbano entre as cidades de Macapá e Santana, analisando
a conformação do espaço social pelos moradores, assim como os processos de
intercâmbio econômico, social e cultural entre a cidade e o interior e as
estratégias de construção de identidades na cidade. Será realizada uma pesquisa
qualitativa. Para tanto, foi escolhido o método etnográfico como instrumento
principal de coleta de dados. A escolha se justifica, pois se pretende com a
pesquisa analisar a estrutura social presente no Igarapé da Fortaleza partindo
da observação das relações cotidianas neste espaço. Busca-se identificar como
os ribeirinhos, mercadores e trabalhadores do Igarapé da Fortaleza articulam-se
e constroem instituições próprias que permitem o intercâmbio entre cidade e
interior. Espera-se como resultado: levantamento de informações sobre a
formação histórica do Igarapé da Fortaleza, examinando a configuração
populacional; verificação de como as famílias migradas do interior se adequaram
e habitam no meio urbano e suas estratégias de identidades; entre outros.
PALAVRAS-CHAVE: Antropologia Econômica, Populações Ribeirinhas, Identidade, Estrutura Social.
______________________________
1. Cientista Social (UNIFAP). Mestrando em Desenvolvimento Regional (UNIFAP).
Trabalho Orientado pelo Profº. Dr. José Maria da Silva (UNIFA).
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2.5 –
MENINOS ROSA, MENINAS AZUL
Heryka Cruz Nogueira¹
Idelta Bianca de Sousa Diniz²
RESUMO: O presente projeto intitulado Meninos Rosa, Meninas
azul tem como objetivo mapear conceitos e preconceitos na representação do
imaginário coletivo da comunidade universitária relativas a gênero e
diversidade sexual para conhecer de modo mais efetivo a realidade universitária
para viabilizar meios que assegurem o respeito à dignidade dos cidadãos
brasileiros. A investigação empírica será realizada na Universidade do Estado
do Amapá, e serão utilizados os seguintes instrumentos de pesquisa:
entrevistas semi-estruturadas, roteiro de entrevista com formulários para
professores e coordenadores, Roteiro de observação não participante através de check
list e questionários fechados. O público alvo da pesquisa serão os acadêmicos
das licenciaturas, os professores e os coordenadores dos cursos. Para entender
as tensões sobre o reconhecimento de direito às diferenças, será preciso
investigar os conceitos de gênero e sexualidade. Os resultados têm a pretensão
de contribuir para descortinar os conceitos e preconceitos que repercutem no
discurso universitário sobre o respeito aos direitos e diferenças sexuais assim
como à identidade de gênero.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Gênero. Formação inicial de professores. Sexualidade
______________________________
1. Pedagoga, Mestranda em Ciências da Educação, Profª. da Universidade do Estado
do Amapá - UEAP. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa sobre Direitos Humanos,
Multiculturalismo e Diversidades - CNPq/UEAP.
2. Pedagoga, Historiadora e Mestre em Educação, Profª. da Universidade do
Estado do Amapá - UEAP. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa sobre Direitos
Humanos, Multiculturalismo e Diversidades - CNPq/UEAP.
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2.6 –
EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO POLÍTICA SOCIAL: UMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL
Adirleide Greice Carmo de Souza¹
Adelma das Neves Nunes Barros-Mendes²
RESUMO: O texto apresenta resultados parciais da pesquisa
“A educação ambiental como política social: uma estratégia de reação social à
pesca predatória e de desenvolvimento local do município de Pracuúba-AP”, a
qual vem sendo desenvolvida desde 2010, tendo como objetivo aplicar e avaliar
como a Educação ambiental, enquanto política social, pode contribuir para
reação social à pesca predatória e para o desenvolvimento local do município de
Pracúba, através do método etnográfico, pesquisa ação, e técnicas quantitativas
e qualitativas de coleta de dados. O lócus da pesquisa é o município de
Pracuúba, situado na região dos lagos no leste do Amapá. Os sujeitos envolvidos
são pescadores cadastrados na Colônia de Pescadores do município. Como
resultado preliminar constatou-se, que a pesca predatória é uma problemática da
Costa Atlântica amapaense que abrange 10 municípios, onde a região mais
afetada, segundo mapeamentos do IEPA (Instituto de Estudos e Pesquisa do Amapá)
é a região dos lagos, da qual, o município estudado faz parte. No município a
pesca predatória é agravada pela falta de fiscalização do poder público, e,
além disso, também é agravada pela aceitação da comunidade, sobretudo, por
falta de informação e saberes de como evitar (IEPA, 2010). Percebe-se a
Educação Ambiental como uma possível alternativa de reação a pesca predatória,
a qual, desde a Declaração de Estocolmo, 1972, vem sendo tratada como um
desafio maior para se promover a sustentabilidade do desenvolvimento, e
enquanto política social, que tem como premissa a formação de cidadãos
conscientes e participativos, que reivindiquem seus direitos na sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: Educação ambiental, socioambientalismo, sustentabilidade.
_____________________________
¹
Mestranda em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade Federal
do Amapá, Socióloga, graduanda em Direito.
²
Orientadora, Doutora em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela
PUC/SP, professora adjunto I da Universidade Federal do Amapá. Atualmente é
professora do Programa de pós-graduação em Direito Ambiental e Políticas
Públicas e Pró-reitora de graduação da Universidade Federal do Amapá.
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