ANAIS/RESUMOS - 2013

V CONGRESSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO AMAPÁ


MESA DE DEBATE
MESA: 04


“Conflitos Sociais e Meio Ambiente na Amazônia”.
Profª. Drª. Daguinete Maria Chaves Brito – UNIFAP; 
Profº. Dr. Antônio Sérgio Monteiro Filocreão – UNIFAP;
Profª. Ma. Fátima Lucia Carreira Guedes Dantas – UNIFAP. 
______________________________________________

1.1 - CONFLITOS SOCIAIS E MEIO AMBIENTE NA AMAZONIA [1]

Fátima Lucia Carrera Guedes Dantas[2]

Resumo: Neste artigo retratamos não somente a trajetória histórica dos insurgentes conflitos sociais que permeiam a história ambiental planetária, mas também a brasileira e, mais especialmente aquela que coloca a Amazônia brasileira distante de ser o dito El Dourado, encontrado no ideário dos primeiros colonizadores. Nesse vasto território habitado por índios, caboclos, negros, ribeirinhos, extrativistas e todas as populações nele radicadas, de uma forma ou de outra, num período ou em outro, encontramos as experiências históricas de degradação do meio ambiente e, da sociodiversidade urbana e rural desta região, mostrando-nos um tratamento punitivo dado, por parte do Estado, aos conflitos estabelecidos em graus extremados, e mais,  caracterizados pela violência e ferimento aos princípios básicos de democracia. Conflitos, antes de tudo requerem mediação que, neste caso, deverá vir a partir de uma gestão ambiental assentada na ótica interna ou percepção da realidade, cultural e historicamente determinada, onde o conflito se estabelece. Já neste aspecto o estado capitalista, atual detentor do poder de mediação, estaria descartado enquanto tal – por não possuir a premissa do interesse coletivo, segundo uma visão marxista. Trata-se, então, de uma nova forma de fazer a gestão desses conflitos: aquela comprometida com um novo desenho socioambiental deverá incentivar e fomentar as práticas associativistas e cooperativas e, é dentro disto que está a importância da capacidade organizativa e associativa de uma comunidade se constituir fator fortalecedor na luta.

Palavras-chave: Conflitos Sociais. Meio ambiente. Amazônia.


[1] O tema deste artigo foi apresentado no V CONGRESSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS NO AMAPÁ: “Violencia e Cidadania”, em 21 de Novembro de 2013, na Mesa de Debates Conflitos Sociais e Meio Ambiente na Amazônia.
[2] Professora Msc. de Ciência Política, Sociologia e Metodologia Cientifica, vinculada ao Curso de Ciencias Sociais da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP; Mestre em Política, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília – UnB.


COMUNICAÇÃO
SESSÃO: 01 
Coordenação: Profª. Drª. Eliane Superti 
_______________________________________________


1.1 - O ESPAÇO URBANO E SUA OCUPAÇÃO: ESTUDO SOBRE AS INVASÕES DAS ÁREAS DE RESSACA NA CIDADE DE MACAPÁ-AP.



Anderson Igor Leal Costa[1]
Emanuel Leal de Lima[2]

Resumo: Este trabalho tem como objetivo, estudar o perfil sócio- econômico da população que habita as áreas de ressacas na cidade de Macapá. O método utilizado foi o dedutivo, a partir da premissa do conceito geral sobre área de ressaca e suas características. A partir disso se fez um levantamento sobre as áreas de ressaca de Macapá e pesquisando como se configura o perfil destes moradores, tendo como estudo de caso a área de ressaca do Tacaca, no bairro Universidade. A cidade de Macapá possui 27 áreas de ressaca e em função dessa grandeza optou- se por uma amostra aleatória com pesquisa domiciliar através da aplicação de questionários fechados, tendo sido entrevistados os moradores de 41 domicílios. Tivemos como resultado que a media de morador por residência e de 6 pessoas, com apenas uma pessoa trabalhando, sendo que pelo menos uma e assistida por algum tipo de bolsa. Quase a metade dos moradores entrevistados, 49%, ganham 1 salário mínimo e cerca de 75% tem o ensino fundamental. Conclui- se, portanto, que os moradores entrevistados da ressaca do Tacaca caracterizam- se por se constituírem em uma população jovem, com baixa escolaridade, baixo poder aquisitivo, sem experiência profissional, fatores que causam suas permanências naquelas áreas, por não conseguirem sair desse circulo de pobreza e exclusão.

Palavras-chave: perfil sócio-econômico, área de ressaca.



[1] Acadêmico do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá.
[2] Professor orientador do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá.

_____________________________________________________


1.2 – REPRESENTAÇÕES DA CRIMINALIDADE URBANA: MEDO E INSEGURANÇA SOCIAL NO ESTADO DO AMAPÁ.


Delque Pantoja Medeiros[1]
Rubieli de Abreu Oliveira[2]
Ed Carlos de Sousa Guimarães[3]


Resumo: A pesquisa, de cunho bibliográfico e documental, intitulada “Representações da Criminalidade Urbana: Medo e Insegurança Social no Estado do Amapá” foi desenvolvida em âmbito do GEPVIC (Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Violências e Criminalizações), do PROVIC/UNIFAP (Programa Voluntário de Iniciação Científica) e do PROBIC/UNIFAP (Programa de Bolsas de Iniciação Científica). O trabalho discute o modo pelo qual os jornais retratam a criminalidade urbana violenta e mais especificamente a criminalidade patrimonial urbana, através da análise do tratamento oferecido aos principais sujeitos envolvidos nos crimes (vítimas e os criminosos). Para tanto, discute os discursos encontrados nos jornais e como é construída a espetacularização dos crimes e a atribuição de estereótipos aos sujeitos criminalizados. Assim, analisa as interseções entre as notícias da criminalidade urbana (furto, roubo, latrocínio) veiculadas nos jornais de Macapá/AP e a construção estereotipada do crime e do criminoso. A pesquisa documental analisou 26 matérias dos jornais “Diário do Amapá” “A Gazeta”, referentes ao ano de 2012. Predomina nos discursos jornalísticos uma visão espetacularizada e estereotipada da criminalidade urbana violenta, que permeia o imaginário social e que toma o lugar da própria realidade.

Palavras-chave: Mídia, Representação, Estereótipos, Insegurança, Medo.


[1] Acadêmico do curso de Ciências Sociais da UNIFAP, bolsista do PROBIC e membro do GEPVIC;
[2] Acadêmica do curso de Ciências Sociais da UNIFAP, bolsista do PROVIC, membro do GEPVIC e bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET);
[3] Orientador: Professor Doutor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá. Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Violências e Criminalizações (GEPVIC). Tutor do Programa de Educação Tutorial – PET Ciências Sociais. E-mail: edcarlos@unifap.br
_________________________________________________________________________
 

1.3 - A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ANALISES NA UNIVERSIDADE DA MATURIDADE DO AMAPÁ



Jaqueline Ferreira Silva[1]

Luciano Magnus de Araújo[2]


Resumo: Este trabalho busca mostrar uma temática pouco discutida e trabalhada na área da educação, que é sobre a inclusão de idosos em projetos que venham a atender a demanda cada vez mais crescente do aumento da expectativa de vida para as pessoas da terceira idade, sendo que a única que oferece este tipo de ensino atualmente é a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), que implementou em 2010 a UMAP (Universidade da maturidade do Amapá) projeto de inclusão para atender a terceira idade, em vista da educação englobar cada vez mais os processos de conhecimento do mundo, tornou-se necessário trabalhar para a melhoria da qualidade e expectativa de vida dessas pessoas. O presente estudo teve por objetivos, estudar esta nova modalidade de ensino desenvolvida para os idosos observando as conquistas obtidas, as dificuldades e barreiras enfrentadas e as superações pessoais para os alunos que frequentam o projeto. Realizou-se um estudo exploratório descritivo, de natureza qualitativa, e os dados foram coletados por meio de entrevistas com aplicação de questionários semiestruturados para 12 idosos que estudam na Umap. Os resultados obtidos oferecem subsídios para que seja dada maior importância para criação de outros projetos educacionais que venham a incluir o segmento idoso a sociedade. A pesquisa apontou para a possibilidade de que a escola seja vista como uma organização propiciadora de uma educação continua para a terceira idade.

Palavras-chave: Terceira Idade, Educação Inclusiva, Umap.


[1] Graduanda do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP; E-mail: Jack-silva@live.com.
[2] Orientador Prof. Me. Luciano Magnus de Araújo do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP; E-mail: lma3@hotmail.com.
_________________________________________________________________________
 
1.4 - VIOLÊNCIA IDEOLÓGICA NA FORMAÇÃO POLÍTICA BRASILEIRA.



Willian Figueiredo Cardoso[1]


Resumo: O presente trabalho tem como escopo da pesquisa analisar a violência Ideológica peculiar ao processo de enrijecimento da estrutura política brasileira através das relações de poder que se acentuavam no país desde o bosquejo do projeto colonial europeu até à República; Percebendo como o etnocentrismo e os laços de dominação ideológica são capazes de se configurar em objeto de Violência Social como na cristalização do modelo de sociedade que se apresenta no Brasil. O Artigo foi desenvolvido tomando como base metodológica fontes primárias e secundárias que subsidiaram cientificamente a construção do trabalho; Documentos analisados através dos óculos conceituais do método sistêmico pós-moderno, pesquisando nas fontes historiográficas os efeitos fenomenológicos que desencadearam estas relações sociais, no intuito de conceber seus vários reflexos na formação da sociedade brasileira; Tendo como resultado da pesquisa o entendimento que a formação da atual estrutura de poder no país, pautada em corrupção e privilégios, é fruto da burocratização do Estado e do patrimonialismo presentes nas relações entre o poder público e o privado; Onde concluímos ser este modelo um produto da Violência Ideológica que se projetara na superestrutura de Estado brasileiro por intermédio do semifeudalismo, do coronelismo e do caudilhismo; do mandonismo e do clientelismo; conceitos que permearam este processo de formação da estrutura política Brasileira, a qual tem seus efeitos no tempo presente.

Palavras-chave: Burocracia, Patrimonialismo, Relações de Poder, Ideologia.


[1]Graduado em História pela UNIFAP – (2005) e Acadêmico do Curso de Direito da mesma instituição-2009
______________________________________________________________________________________________


COMUNICAÇÃO
SESSÃO: 02
 Coordenação: Profª. Drª. Eliane Superti
_________________________________________________

1.5 - POLÍCIA E SOCIEDADE: UMA ANÁLISE DAS AÇÕES DO BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (BOPE-AMAPÁ) EM MACAPÁ/AP


Ana Caroline Bonfim Pereira[1]

Joice Cunha de Sousa[2]
Ed Carlos de Sousa Guimarães[3]

Resumo: A literatura especializada em segurança pública e violência policial tem demonstrado a relevância do papel da polícia na manutenção da ordem social. Porém, há aqueles que consideram as Polícias brasileiras, em sua absoluta maioria, ineficientes e violentas, principalmente, devido às agências policiais operarem a partir de princípios antiquados e conflitivos com os valores democráticos. A pesquisa tem o objetivo de analisar como a sociedade macapaense percebe as ações do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). A partir desse fio condutor, o trabalho busca compreender como funcionam os mecanismos que legitimam o uso da força repressora pelo Estado e a forma pela qual a população, diretamente impactada pelas ações do BOPE/AP, percebem o uso da violência pela agência policial. As análises decorrem de pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A pesquisa documental será constituída de levantamento de jornais locais (impresso e sua versão disponível na internet) em que estejam presentes notícias veiculadas sobre as ações do BOPE na cidade de Macapá. Nesse mesmo sentido, também serão consultados outras fontes, como as oficiais, fornecidas pela Polícia Militar, bem como documentos produzidos por órgãos ligados à justiça local. A pesquisa de campo, por sua vez, se efetivará por meio de entrevistas semi-estruturadas, com abrangência de amostra de 1% (um por cento) do universo de áreas nas quais o BOPE desempenhou ações no ano de 2013.

Palavras-chaves: BOPE, Violência Policial, Sociedade, Mídia.


[1] Acadêmica do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá. Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET. Membro Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Violências e Criminalizações (GEPVIC). E-mail: ana.caroline_ap@hotmail.com
[2] Acadêmica do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá. Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET. Membro Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Violências e Criminalizações (GEPVIC). E-mail: joice_2310@hotmail.com
[3]  Professor Doutor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá. Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Violências e Criminalizações (GEPVIC). Tutor do Programa de Educação Tutorial – PET Ciências Sociais. E-mail: edcarlos@unifap.br
_________________________________________________________________________ 

1.6 - MEMÓRIAS DE LADRÕES: CICLO (DE RESISTÊNCIA) NO MARABAIXO – UMA ABORDAGEM HISTÓRICO-ETNOGRÁFICA.


Kerllyo Barbosa Maciel[1]
Yurgel Pantoja Caldas[2]

Resumo: Mesmo antes do surgimento do registro escrito, já havia uma preocupação dos povos antigos em manter para futuras gerações seus costumes, crenças, culturas e modos de vida – aspectos que o povo remanescente africano no Estado do Amapá se identifica. Para tanto, objetivando uma discussão teórico-metodológica através das análises das Cantigas de Marabaixo, inseridas no Ciclo do Marabaixo, que se constituem como formas de resistência, tradições, crenças e culturas afro-brasileiras passada às gerações futuras através das festividades ocorridas dentro do Ciclo, permeada de cultos, exaltações, sátiras, dissabores, aventuras amorosas. Por conseguinte, norteado numa abordagem metodológica etnográfica e análise documental, essas manifestações afro-amapaenses refletem a identidade que resiste ao tempo, além de suas adaptações e reinvenções de suas marcas originais e identitárias e culturais. Nesse sentido, portanto, a memória oral/coletiva tem papel fundamental na comunidade pesquisada, no sentido de manter viva essa ancestralidade que atravessa os tempos e finca essa manifestação afro-religiosa nos versos de Ladrões como a mais expressiva e representativa de multiculturalismo e literatura do Estado do Amapá.

Palavras-Chave: Etnografia, Literatura, Afro-amapaense, Cultural, Identidade.


[1] Graduando do 7º Semestre da Universidade Federal do Amapá. Contato: keullymaciel@hotmail.com
[2] Orientador: Professor Doutor da Universidade Federal do Amapá. Contato: yurgel@uol.com.br
_________________________________________________________________________ 


1.7 - A DESMISTIFICAÇÃO DO MITO DA LÍNGUA ÚNICA SOB A PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DA UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ


Marcus Vinícius Souza e Souza[1]

Resumo: O presente trabalho é resultado do estudo das variações linguísticas, que foi realizado no ano de 2013 na Universidade Vale do Acaraú, objetivando identificar como se forma a falsa sinonímia de língua única, e verificar os fatores de influência deste processo, e como proposta temática, pretende-se desmistificar esta falsa concepção. O estudo realizado é feito por meio de pesquisa bibliográfica associado à pesquisa de campo através de questionários, que foram utilizados com os fins de diagnosticar o grau de conhecimento dos acadêmicos do curso de letras, biologia, pedagogia, história e educação física, que foram entrevistados com o intuito de averiguar o conhecimento prévio dos entrevistados sobre as variações linguísticas. A fundamentação teórica ébaseada na teoria de Bagno para poder explicar as variações e a teoria de Saussure para compreender a língua enquanto objeto de estudo da linguística. A contribuição deste estudo é de incentivar e promover a reeducação sociolinguística e pôr fim à visão preconceituosa dos próprios falantes que impõe certo e errado para as diferentes formas de falar.

Palavras-Chave: Variação Linguística, Preconceito Linguístico, Reeducação Sociolinguística.


[1] Graduando do Curso de Licenciatura plena em Letras com Habilitação em Língua portuguesa da Universidade Vale do Acaraú (UVA) A.V Almirante Barroso, número 861, Bairro Santa Rita, CEP 68900-000, Macapá, Amapá, Brasil. E-mail: marcus-vinicius-s@hotmail.com
______________________________________________________________________________________________



1.8 - LINCHAMENTOS: UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DO PROCESSO CIVILIZADOR DE NORBERT ELIAS[1]

Suellen Campos de Macedo[2]

Resumo: Este trabalho, baseado em pesquisa bibliográfica, tem o objetivo de compreender a ocorrência de atos violentos classificados como linchamentos na modernidade à luz da teoria do Processo Civilizador de Norbert Elias. Os linchamentos são ações violentas de grupos ou indivíduos que se reúnem com o propósito de fazer justiça privada através da violência física sobre sujeito(s) ao qual é imputada a responsabilidade de um crime. Os linchamentos são também, atos de defesa e afirmação pessoal ou social que envolve relações de poder e denunciam rupturas nas tradições hierárquicas. A partir das definições de Elias, foi possível notar a existência de um descompasso entre os ideais de civilidade da sociedade ocidental e os atos violentos que essa sociedade tem vivido. Assim, analisando os linchamentos concluímos que a ação de linchar não significa simplesmente um retrocesso ou uma espécie de retorno à barbárie. Demostra que a sociedade vive em um estado de crise/descompasso. Pois, o Estado não consegue exercer de forma plena sua função institucional de monopolizador da violência física e apaziguador dos conflitos. Tal falha resulta em uma série de tentativas pelos indivíduos, mesmo que ilegais e tortuosas, de recuperar a ordem, ou de produzir mecanismos de controle social através de suplícios públicos.

Palavras-chave: Linchamentos, Modernidade, Estado Moderno.


[1] Trabalho orientado pelo Prof.: Dr. Ed Carlos Guimarães - UNIFAP.
[2] Graduanda de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Contato: macedo_suellen@hotmail.com
______________________________________________________________________________________________________________

COMUNICAÇÃO
SESSÃO: 03
Coordenação: Profª. Drª. Eliane Superti
________________________________________________
                                

1. 9 - A LITERATURA E SEUS DESDOBRAMENTOS CIENTÍFICOS EM TORNO DA TEMÁTICA DO MEDO

Arthur Anthunes Leite[1]
José Luis dos Santos Leal[2]
Ed Carlos de Sousa Guimarães[3]

Resumo: A presente comunicação pretende discutir a importância da literatura para a reflexão sociológica, e é resultado de estudos e atividades desenvolvidas no “Ciranda de Livros” do Grupo PET Ciências Sociais, bem como resultados de estudos do Grupo de Estudo e Pesquisa Sobre Violências e Criminalizações (GEPVIC). O objetivo central é discutir as representações literárias como fonte de interpretações da “realidade” para o campo sociológico, enfatizando a discussão em torno da temática do medo. Para isso usaremos como referência principal a obra de Jon Krakauer, “Into The Wild (o lado selvagem)” que conta a trágica experiência vivenciada por Christopher McCandless pela América do Norte. Para Christopher o medo era a principal causa da desconfiança das relações humanas, e essa desconfiança desencadeia as ações de vigilância e de violência, seja simbólica ou física. Christopher é influenciado pelas suas leituras, que incluíam Tolstoi e Thoreau, ansiava por chegar ao Alasca, onde poderia estar longe do homem. Na sociologia a reflexão em torno do medo parte do trabalho do sociólogo Polonês Zygmunt Bauman, em seu livro “O Medo Liquido”. Para Bauman, o mundo líquido é um mundo de aparência absoluta, de ameaças difusas, ambíguas e fluidas, em que estamos imersos em medo. Assim, o diálogo entre a literatura e o pensamento de Bauman mostra-se bastante frutífero com vistas a se pensar a nossa realidade.

Palavras-chave: Literatura, Sociologia, Medo, Representação.


[1] Graduando do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) e Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Violências e Criminalizações;
[2] Graduando do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) e membro do Programa voluntário de Iniciação científica (PROVIC). E-mail: luislealll@hotmail.com
[3] Orientador: Professor Doutor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá. Líder do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Violências e Criminalizações (GEPVIC). Tutor do Programa de Educação Tutorial – PET Ciências Sociais. E-mail: edcarlos@unifap.br
______________________________________________________________________________________________


1.10 - MOVIMENTO ANARQUISTA NO BRASIL: CONQUISTAS E OBLITERAÇÃO HISTÓRICA

Jocenildo Teixeira de Souza[1]
Eliane Superti[2]

Resumo: O anarquismo no Brasil representou uma força política importante na organização do movimento operário. Seus líderes e princípios políticos motivaram importantes manifestações políticas e colocaram em evidência, no início dos anos de 1900 a questão social do trabalho. Este artigo buscou investigar e compreender quais foram as contribuições políticas do movimento anarquista do final do século XIX e início do século XX, analisar o porquê dessas contribuições serem relegadas às margens da história. Para tanto, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica perfazendo um apanhado histórico, a partir de leitura de artigos e livros e análise documental. A pesquisa parte do pressuposto que a história oficial do Brasil ocultou as realizações do movimento anarquista. Ao longo da história, percebemos que muitas “histórias”, são contadas a partir do ponto de vista de um grupo hegemônico, com o movimento anarquista no Brasil não poderia ser diferente, pois há dados suficientes para reescrever a história do Brasil de meados do século XIX até o início da era Vargas. A pesquisa aponta que esses fatores combinados foram responsáveis por quase obliterar da memória historiográfica o movimento anarquista, bem como suas realizações, contribuições e influências durante os primeiros anos da nascente república, nos movimentos sociais, como imprensa livre; anarco-sindicalismo e suas lutas pela melhoria e emancipação do operariado brasileiro, consignando às primeiras noções de cidadania aos trabalhadores, forçando o Estado a instituir os direitos trabalhistas no Brasil, noções essas que eram reforçadas pelas escolas libertárias que romperam com o sistema tradicional de educação no país.

Palavras-chave: Anarquismo, Cidadania, História.


[1] Acadêmico do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá. Membro Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Violências e Criminalizações (GEPVIC). E-mail: jocenildo_teixeira@hotmail.com;
[2] Professora do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Amapá. E-mail: esuperti@gmail.com.
_____________________________________________________________________________________________



1. 11 - IMAGEM E INTER (AÇÕES): RELAÇÕES SOCIOCULTURAIS NA ESCOLA


Jorge Cardoso Paulino[1]
Silvia Carla Marques Costa[2]

Resumo: Este trabalho de caráter qualitativo, objetiva analisar e refletir teoricamente eempiricamente acerca das subjetividades construídas com a participação das imagens da cultura visual popular e as relações socioculturais mediadas por tais subjetividades e deflagradas no espaço escolar. A Escola Estadual Professora Ruth Almeida Bezerra, localizada em Macapá-AP foi o campo da pesquisa exploratória realizada em 2011, onde obtive através de observação materiais empíricos,os quais compuseram minhas notas de campo. As análises interpretativas destes materiais fundamentadas em teóricos/as da Cultura Visual possibilitou revelar que de fato, marcas simbólicas criadas por imagens, adicionadas à condição contextual dos sujeitos são mediadoras de relações sociais promovendo agregações, segregações, violências simbólicas, conflitos e resistências no território escolar. Apontando para o desafio e necessidade de (re)pensarmos a Arte/Educação de forma ampliada/transdisciplinar/rizomática, crítica, criativa, dialógica e contra hegemônica este estudo compreende que contribuir na formação de sujeitos/alun@s que desconfiem das “verdades” hegemônicas e não naturalizem as “ingenuidades” propagadas pelas imagens da cultura visual popular, possibilita que estes posicionem-se como agentes críticos, criativos e solidários capazes provocarações de mudanças, resistências e transformação social.

Palavras-chave: Cultura Visual, cultura visual popular, violência simbólica, Arte/Educação.


[1] Autor: E-mail: Jorgepaulino.jcp@gmail.com
[2] Orientadora: E-mail: Silvia3unifap@gmail.com
_______________________________________________________________________________________________
  

1.12 - NORMAS E CONDUTAS: O COTIDIANO DOS HANSENIANOS NA CIDADE DE MACAPÁ/AP
Fabíola Costa Vieira[1]
Maria Alessandra dos Santos Souza[2]

Resumo: O trabalho apresentado é fruto de pesquisa realizada no ano de 2011 a 2012, e desenvolveu-se com o apoio das discussões no que tange a preservação da história e memória da hanseníase no Brasil, antigamente conhecida como “lepra”. O objetivo do trabalho é identificar como se construiu em Macapá as normas e condutas voltadas para o hanseniano no período em que o Amapá tornou-se Território Federal, compreendendo as relações entre os sãos e os doentes, para consequentemente trazer à tona as ações, estabelecidas por iniciativas particulares e públicas, que regiam a vida dos acometidos pelo “mal de Lázaro”. Através do Relatório de Governo elaborado por Janary Gentil Nunes em 1944 e das imagens e depoimentos colhidos são verificados diversos tipos de convivência e práticas entre sãos e “mazelados”. Os resultados da pesquisa apontam grande descaso e precariedade da assistência médica e social, em especial aos hansenianos, apesar das iniciativas do Governo Territorial. Dessa forma, o cotidiano dos hansenianos construiu-se entre os muros do privado e público. Somente a partir de 1944 no Governo de Janary Gentil Nunes é que serão tomadas as primeiras investidas de organização específicas em diversas áreas da saúde na região, incluindo a “Lepra”.

Palavras-chaves: Memória, Hanseníase, Relações Sociais.


[1] Graduanda em Bacharelado em História, Curso da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), orientadas pela professora Msc.em História Social da Amazônia (UFPA) IzaVanesa Pedroso de Freitas Guimarães.
E-mail:    Fabiola-cv@live.com
[2] Graduanda em Bacharelado em História, Curso da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), orientadas pela professora Msc.em História Social da Amazônia (UFPA) IzaVanesa Pedroso de Freitas Guimarães.
E-mail: Fabiola-cv@live.com. E-mail: Ale_marry@hotmail.com
______________________________________________________________________________________________



SIMPÓSIO
SESSÃO: 01
Coordenação: Profª. Drª. Isabelle Braz - UFC
                        Profº. Dr. Antonio George - UFC
________________________________________________

2.1 - NOVAS DINÂMICAS DOS DIREITOS HUMANOS, COMO RESULTADO DA COOPERAÇÃO FRANCO-BRASILEIRA (AMAPÁ)-GUIANA FRANCESA, A PARTIR DA ÓTICA DA PONTE BINACIONAL
            
                                                                                                          Aldeci da Silva Dias[1]
                                              
Resumo: Este trabalho tem por objetivo refletir sobre as novas dinâmicas dos Direitos Humanos que se intensificam a partir da criação da ponte binacional entre os governos do Brasil e França. Essa dinâmica pressupõe que o direito da dignidade da pessoa e humana e seus desdobramentos possam ser evocados através do Direito Internacional Público. Argumenta que a criação da ponte se revela como um dos instrumentos de estreitamento entre esses governos, e assim possibilitando o surgimento de acordos no sentido de enunciar tratamento mais humano entre brasileiros e guianenses. A abordagem do estudo foi fundamentada na pesquisa qualitativa em que se buscou a compreensão interpretativa das coisas, com amparo nas legislações e em artigos científicos. O método de abordagem do tema, considerando as diferentes formas de discutir e analisar o objeto, foi possível a partir do método hipotético dedutivo. Conclui que as novas dinâmicas dos Direitos Humanos, na faixa de fronteira, se estabelecem a partir de uma nova configuração e da compreensão do Direito Público Internacional, onde o tratamento dispensado entre os seus nacionais deve estar nivelado a partir da adoção de medidas que visem, antes de tudo, a preservação da dignidade pessoa humana.

Palavras-chave: Direito, acordo, internacionalização.


[1] Graduado em História (UNIFAP), Pedagogia (UFPA) e Direito (UNIFAP), Professor da rede Pública do Estado, Mestre em Desenvolvimento Regional (UNIFAP) e Professor Substituto da UNIFAP. E- mail: aldeci-dias@htomail.com
______________________________________________________________________________________________

2.2 - ESTADO, SOCIEDADE CIVIL E DEMOCRACIA: UM OLHAR SOBRE A PERSPECTIVA DOS PROCESSOS DE PATICIPAÇÃO SOCIAL NA CONDUÇÃO POLÍTICA EM MACAPÁ-AP


Alexandre Gomes Galindo[1]

Resumo: O processo histórico de construção de um modelo adequado de democracia participativa no Brasil perpassa pelo amadurecimento das dinâmicas e atores que estão vinculados com a condução da gestão pública, bem como, pelo desenvolvimento das concepções de estado, sociedade civil e democracia que permeiam o pensamento de determinada época e local. A problemática vinculada ao atual projeto de pesquisa de Tese de Doutorado em andamento se debruça no olhar sobre as formas e dinâmicas locais de relacionamento entre Estado e sociedade civil na organização do projeto político da capital do Estado do Amapá através da seguinte pergunta de partida: Como se configura o processo democrático através dos espaços públicos de deliberação existentes na condução Política do Município de Macapá? O presente estudo, estruturado em duas fases (Fase de Mapeamento e Fase\ dos Processos de Participação Social) tem o objetivo de realizar analise de como se configura os processos democráticos de participação existentes no município de Macapá, através da leitura dada pelos atores vinculados com os diversos canais e fóruns de deliberação pública abertos nos últimos anos, como a Câmara Municipal, Conselhos Municipais, Associações comunitárias, ONGs, Conferencias, Audiências Públicas, dentre outros. Vale destacar que a interlocução da sociedade com o poder público é peça chave para construção e efetivação de um projeto político representativo e estudos que busquem identificar as características e profundidades das reais conexões existentes em determinada localidade, são relevantes para que, a partir daí, se possam realizar intervenções concretas geradoras de mudança e desenvolvimento social.

Palavras-Chaves: Ciência Política, Democracia, Participação Social.


[1] Universidade Federal do Amapá-UNIFAP. E-mail: alexandregalindo@bol.com.br
[2] Universidade Federal do Ceará-UFC. E-mail: jawdatab@gmail.com
______________________________________________________________________________________________
  


2.3 - A FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ COMO LÓCUS DA CULTURA DE MACAPÁ: O IMAGINÁRIO DE ESCRITORES E ARTISTAS NOS CIRCUITOS DA HISTÓRIA

Fernando Pimentel Canto[1]
Isabelle Braz Silva[2]

Resumo: A ideia desta pesquisa é analisar e interpretar o que se produziu sobre a Fortaleza de São José de Macapá – FSJM - através de documentos, imagens e textos feitos por escritores, além de outras formas de expressão artística, pois ela é, hoje, produto de múltiplas transformações, percepções e apropriações por parte do poder público e da sociedade. Serão utilizadas técnicas da pesquisa etnográfica, bem como coletas bibliográficas e iconográficas.Desta forma, será imprescindível para a pesquisa verificar como os escritores, poetas, artistas plásticos, moradores e frequentadores da área de entorno da Fortaleza vêem o monumento a partir de suas concepções artísticas e opiniões pessoais. É importante dizer que nesse processo também estão presentes os discursos políticos e os textos ufanistas que glorificam o trabalho dos colonizadores, construtores e pioneiros do ex-Território. Assim, considerá-la como gênese da cidade significa dizer que a fortificação representou a constituição física do local, tanto econômica quanto politicamente, pois sem a guarnição militar que ela abrigou durante sua construção, é possível que Macapá não tivesse sobrevivido. Na atualidade os artistas de diversas áreas vêem a edificação como o lócus da cultura amapaense, pois há uma grande diversidade de eventos culturais nela ou no seu entorno. Assim, a arte possibilita as reflexões acerca do cotidiano dos grupos sociais e pode ser analisada como microcosmo das relações do espaço da FSJM, e consiste em ser uma das lentes para a percepção e compreensão das identidades coletivas.

Palavras-chave: Identidade, Memória, Arte, Literatura.


[1] Doutorando em sociologia/DINTER em sociologia: UFC/UNIFAP, E-Mail: Fernando-Canto@Hotmail.Com
[2] Orientadora: E-mail: Isabellebpsilva@Gmail.Com
______________________________________________________________________________________________

2.4 - “TRATEM OS ÍNDIOS COM AMOR E AFABILIDADE CRISTÔ: VIOLÊNCIA, CIDADANIA E INTERAÇÕES SOCIAIS NA AMÉRICA PORTUGUESA (SÉCULO XVIII)[1]

José Inaldo Chaves Jr.[1]




Resumo: Etnias indígenas em contexto colonial tiveram que ressignificar suas identidades nos contatos com a alteridade colonizadora em novos espaços físicos e simbólicos, construindo, assim, sentimentos de pertencimento e defendendo direitos adquiridos sobre os territórios do pós-contato, o que conduziu invariavelmente a numerosos conflitos agrários que foram, antes de tudo, lutas de (des)territorialização em um complexo processo de reorganização social e reordenamento das práticas políticas. Neste sentido, o cenário colonial das antigas capitanias do Norte (atual Nordeste) do Estado do Brasil será visto nesta comunicação como territorialidades privilegiadas para a observação das interações sociais que puseram em contato colonos e oficiais da Coroa portuguesa no século 18. O período em questão indica uma inversão na política indigenista lusitana, marcada decisivamente pelo reinado de d. José I e pela intenção em conquistar lealdades, transformando os nativos em súditos de Portugal. Por outro lado, a política indígena também teve que se adaptar ao novo contexto, quando a violência, embora elemento constituinte da “tomada colonial”, deixou de ser a principal estratégia de conquista do território. Neste sentido, as chefias indígenas foram hábeis em construir estratégias de sobrevivência social e política em situações de conflito aberto contra os colonos, mas, igualmente, de interessantes oportunidades para redistribuir os recursos sociais disponíveis, sobretudo quanto a posse da terra, o autogoverno e a inserção na comunidade dos súditos portugueses através da proteção do monarca. Por meio da micro-história e de uma nova história indígena, ingressaremos nas tramas tecidas por etnias indígenas, como os Coremas e os Panati, da Paraíba, com o intuito precípuo de compreender suas estratégias, as negociações e os conflitos que deram lastro a sua inserção na ordem colonial, extrapolando, portanto, uma tradicional interpretação que relegou aos indígenas tão-somente a aculturação ou a extinção étnica.



[1] Licenciado em História pela Universidade Federal da Paraíba, Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense e Doutorando em História por essa mesma instituição. Atualmente é professor Assistente de História Moderna da Universidade Federal do Amapá (Campus Binacional do Oiapoque). Bolsista de Doutorado do CNPq.  
__________________________________________________________________________________
  
2.5 - TRABALHO DOCENTE, ANOMIA E SOFRIMENTO PSÍQUICO: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO SERVIÇO DE APOIO PSICOSSOCIAL DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO AMAPÁ.


Selma Gomes da Silva[1]
Antônio Cristian Saraiva Paiva[2]

Resumo: O presente estudo tem como objetivo investigar a relação entre trabalho, anomia e adoecimento psíquico de docentes atendidos pelo Serviço de Apoio Psicossocial/SAPS da Secretaria de Educação do Estado do Amapá/SEED. A problemática é sintetizada pelas seguintes questões norteadoras: Como compreender e caracterizar as dimensões psicossociais do sofrimento psíquico vivido pelos trabalhadores docentes? O que as diferentes manifestações de sofrimento psíquico informam-nos sobre as condições do exercício das práticas docentes? O que as queixas deles revelam sobre as expectativas não cumpridas de reconhecimento social e as exigências associadas ao habitus docente?  Como entender a partir dos relatos dos sujeitos, a disparidade, produtora de anomia, entre “objetivos culturais valorizados” e o “campo de possibilidades efetivas” para a realização daqueles objetivos, no caso do exercício do trabalho desses professores? Para analisar objeto proposto serão discutidas as seguintes categorias: anomia, precarização do trabalho docente, saúde/perturbação e sofrimento psíquico.  O método será de abordagem qualitativa, conduzido pelos objetivos de estudo exploratório-descritivo, com pesquisa de campo desenvolvida, através de estudo de caso, no SAPS e nas escolas, da rede estadual de Macapá. Terá como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada, análise documental, observação sistemática, grupos focais e narrativas sobre a história do adoecimento psíquico de docentes. A referida pesquisa encontra-se em fase de desenvolvimento, portanto, não podendo apresentar resultados.
Palavras-chave: Anomia, Precarização do Trabalho Docente, Saúde/Doença Mental, Perturbação e Sofrimento Psíquico.
 


[1] Graduação em Filosofia (Faculdade de Filosofia de Fortaleza-FAFIFOR); Graduação-Mestrado em Psicologia da Educação (Università Pontifícia Salesiana/UPS – Roma – Itália), doutoranda em Sociologia (DINTER UFC/UNIFAP), professora de Psicologia da Educação, lotada no Colegiado de Pedagogia/UNIFAP. E-mail: selma@unifap.br
[2] Graduado em Psicologia, Mestre em Sociologia e Doutor em Sociologia (Universidade Federal do Ceará/UFC); Professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC; Pós-Doutorado (em andamento) na Universitè de Strasbourg – França. Coordenador do Núcleo de Pesquisas sobre Sexualidade, Gênero e Subjetividade. E-mail: cristianpaiva@ufc.br
__________________________________________________________________________________

2.6 - PARTEIRAS TRADICIONAIS DO AMAPÁ: DO TRADICIONAL AO CONTEMPORÂNEO O SABER/FAZER NA PRÁTICA DE PARTEJAR

Iraci de Carvalho Barroso[1]
Antonio Cristian Saraiva Paiva[2]

Resumo: O presente resumo refere-se ao projeto de tese que tem como objetivo geral investigar os saberes tradicionais das parteiras e a incorporação de práticas médicas no estilo tradicional de partejar. A problemática leva as seguintes questões norteadoras: Que representações são construídas pelas parteiras que ao longo de suas experiências utilizando práticas tradicionais, se veem inseridas na atualidade em um projeto de valorização que promove cursos de capacitação que podem modificar o seu estilo de fazer parto? Que habitus construído /incorporado se estabelecem nas relações entre o saber e o fazer contemporâneo? Qual a dimensão das técnicas médicas ditas inovadoras na vida e no cotidiano dessas parteiras? Como se processa a articulação entre o conhecimento adquirido tradicionalmente e o cientifico nos encontros de parteiras tradicionais X equipe técnica/SESA-AP?  Que técnicas médicas foram incorporadas no saber/fazer das parteiras? Para descrever esta problemática serão desenvolvidas as seguintes categorias de análise: Habitus; representações sociais e gênero. Na realização deste estudo se recorrerá a várias fontes como, as bibliográficas, os informativos, as entrevistas e a internet. A abordagem é essencialmente qualitativa e como procedimento será utilizado as seguintes técnicas: Entrevista com relatos de experiências, depoimentos e Histórias de vida. Resultados e Conclusões: é um estudo de doutoramento na área de Sociologia, em fase de pesquisa de campo, em que se vislumbra alcançar os objetivos propostos e as descobertas a partir do que será observado e verificado e da tessitura teoria-empiria. Portanto, é um projeto em andamento.

Palavras-chave: Parteira tradicional, Saberes, Habitus, Representações sociais, Gênero.


[1] Graduada em Ciências Sociais, Mestra em História Social, Professora de Sociologia na Universidade Federal do Amapá - UNIFAP. Doutoranda em Sociologia DINTER/UNIFAP/UFC. E-mail: iraci@unifap.br
[2]  Professor, Doutor em Sociologia. Universidade Federal do Ceará-UFC. E-mail: cristianspaiva@gmail.com
__________________________________________________________________________________

2.7 - TRADIÇÃO E MODERNIDADE NO MEIO DO MUNDO: CARTOGRAFIADAS PRÁTICAS TRADICIONAIS DE SAÚDE DOS PERCURSSOS DA CURA NO MUNICÍPIO DE MACAPÁ-AP.

Maria da Conceição da Silva Cordeiro[1]
Jânia Perla Aquino[2]

Resumo: A intenção deste projeto de pesquisa é construir uma cartografia das práticas tradicionais de saúde e dos percursos da cura no município de Macapá, desenvolvidas por médicos tradicionais a partir de um olhar etnográfico sobre territórios de práticas populares de saúde. O estudo contribuíra para conferir maior visibilidade do fenômeno nesta região da Amazônia, compreendendo a importância das práticas populares de cura no processo saúde/doença, bem como identificar as características desse fenômeno e suas implicações nas relações sociais no território em que estão inseridos.Trata-se de identificar e compreender como se tecem as práticas tradicionais de saúde-cuidado, desvelando o universo simbólico dos praticantes de cura popular e entender como a relação entre a fé e a cura permeia tais práticas.Metodologicamente, diante das características do objeto e dos objetivos apresentados, a pesquisa será desenvolvida de acordo com métodos e técnicas qualitativas, no âmbito da antropologia e sociologia da saúde, priorizando os aspectos simbólicos que informam as práticas e crenças de curadores compartilhados com os diversos sujeitos culturais por eles tratados.A pesquisa encontra-se em fase de execução e será desenvolvida em fases articuladas, a saber: pesquisa bibliográfica, documental e a observação etnográfica.

Palavras-Chave: Curandeiros, Mágico-simbólico, Saberes populares.



[1]Aluna do curso de Doutorado em sociologia -DINTER – UNIFAP/UFC. E-mail: anancey@bol.com.br
[2]Orientadora do projeto e professora da Universidade Federal do Ceará-UFC.             
E-mail:  perladiogenes@hotmail.com
__________________________________________________________________________________

2. 8 - AS DOROTÉIAS E ZAÍRAS DAS CIDADES INVISÍVEIS: ETNOGRAFIAS, MEMÓRIAS E HISTÓRIAS ORAIS DAS MULHERES MIGRANTES DAS ÁREAS DE RESSACA DE MACAPÁ/AP[1]


Roberta Scheibe[2]
Leonardo Damasceno de Sá[3]

Resumo: Aparentemente, ao passar pela rua o visitante enxerga apenas uma casa. Quando ele a adentra, passa a percorrer um labirinto de pequeninas casas sobre rios. Cozinha e quartos; talvez banheiros. E percorrendo o dédalo se encontram crianças, jovens mulheres, senhoras assustadas, homens deitados em redes, gatos elegantes viajando sobre as tábuas que antecedem a água e cachorros que abanam o rabo. Logo, o que era invisível toma corpo: alastram-se lugares cheios de histórias e memórias e que têm um lugar de imensa importância dentro do contexto da cidade de Macapá/AP. As cidades visíveis e as invisíveis dependem da memória de seus moradores. E este é o principal mote deste trabalho. Contar a história dos moradores da Baixada Perpétuo Socorro, localizada no bairro de mesmo nome, considerado pela população um dos mais violentos da cidade.  O trabalho se voltará para o modo de vida das pessoas, com especial atenção às mulheres que residem nas pequenas casas de madeira em cima do rio (muitas delas sem tratamento de esgoto e, algumas vezes, sem água potável e luz). Para isso se pretende realizar etnografias (cuja base narrativa será inspirada na crônica-reportagem), buscando na memória das mulheres moradoras – mediante os recursos da história oral, da história de vida e da observação sistemática – interpretações para o cotidiano nesses lugares, associando isso com o passado, o presente (atividades, necessidades, desejos) e suas esperanças de condição de vida. Neste sentido, a pesquisa também pretende trabalhar as construções de identidades e etnicidades no contexto das áreas de ressaca.

Palavras–chave: Cidade, Cotidiano, Pobreza, Gênero.
 


[1] Resumo do projeto de pesquisa de mesmo nome aprovado no Dinter em Sociologia pela UFC/Unifap em março de 2013.
[2] Graduada em Jornalismo e Mestre em Letras – Estudos Literários, ambos pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e doutoranda em Sociologia pelo Dinter UFC/Unifap. Professora da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). E-mail: robertascheibe@gmail.om
[3] Bacharel em Ciências Sociais (1996), Mestrado em Sociologia (2000) e Doutorado em Sociologia (2010) pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professor do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC (PPGS-UFC). Pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV-UFC). É orientador desta pesquisa de doutorado. 
__________________________________________________________________________________

2. 9 - TRANSGRESSÕES E CONFLUÊNCIAS DA EXPERIÊNCIA: FAZER, SENTIR E PENSAR DOCENTE COM PRODUÇÕES ESTÉTICAS DE MULHERES ARTISTAS NA CIDADE DE MACAPÁ/AP

Silvia Carla Marques Costa[1]
Lea Carvalho Rodrigues[2]

Resumo: Esta pesquisa vinculada ao Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal do Ceará com a Universidade Federal do Amapá intenta discutir concepções dos espaços de produção de conhecimento por excelência; a ciência e a arte na certeza que os trânsitos desses espaços constroem identidades. O entendimento, portanto é de que não podemos desarticular os saberes advindos da experiência e da vivencia cultural. Assim pretendo; compreender experiências culturais da vivência de formação na universidade no curso de licenciatura em artes visuais e a experimentação artística de mulheres artistas na cidade de Macapá/AP. Ou seja, ser sensível às transgressões, composições e impactos que se articulam entre o espaço da universidade e da arte com as experiências cotidiana de artistas, professoras e mulheres, sobretudo nas articulações de significados sobre arte e ciência que afetam suas identidades.Problematizo aspecto de que não considerar artefatos do cotidiano sem exercitar uma análise critica do capital cultural simbólico associado ao poder e a percepção de fazer e pensar artisticamente e cientificamente, além de embrutecer os sentidos é permanecer territorializado e fixados em espaços de poder que homogeneízam, exclui e subalterniza conhecimentos/saberes. Metodologicamente a investigação acolhe a concepção etnográficana imersão do campo utilizando a entrevista em profundidade e narrativas dos processos de criação experimentados por dez colaboradoras, professoras do ensino básico de artes visuais, mulheres artistas.

Palavras–chave: Universidade, experiências, Cotidiano, Artes Visuais, Artistas Mulheres.

[1] Aluna do DINTER/UFC/UNIFAP. E-mail: Silvia3unifap@gmail.com
[2] Orientadora. E-mail: leaufc@gmail.com
______________________________________________________________________________________________

  

2.10 - OS INTELECTUAIS NA FORMAÇÃO DO ESPAÇO SOCIAL URBANO DE MACAPÁ

Verônica Xavier Luna[1]
Antonio George Lopes Paulino[2]

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo principal abrir discussões no campo teórico metodológico acerca da trajetória de vida, no intuito de fortacer algumas reflexões que venham a servir de base para apreciar e narrar a trajetória de vida de oito intelectuais e de suas práticas sócio-políticas e culturais, que ficaram obscurecidas na produção social da cidade de Macapá, a partir de um recorte analítico "janarista", que vai de 1945 a 1970. Dada sua riqueza, “a utilização do método biográfico em ciências sociais é uma maneira de revelar como as pessoas universalizam, através de suas vidas e de suas ações, a época histórica em que vivem” (BECKER, 1999). Ainda sobre trajetória de vida, Franco Ferrarotti (1983), levanta a defesa que cada vida pode ser vista como sendo, ao mesmo tempo, singular e plural, expressão da história pessoal e social, e representativa de seu tempo, seu lugar, seu grupo, síntese da tensão entre a liberdade individual e o condicionamento dos contextos estruturais.

Palavras-Chave: Intelectuais, Trajetória, Cidade.


[1] Doutoranda do Programa DINTER em sociologia - UNIFAP/UFC.
[2] Trabalho Orientado pelo Profº. Dr. Antonio George Lopes Paulino. E-mail: antoniogeorge_lopespaulino@yahoo.com.br - UFC.



 








Nenhum comentário:

Postar um comentário